Havia um caloteiro em Alpiarça, daqueles de "vão-de-escada" que existem em todas terras. Pedia dinheiro a toda a gente, para pequenas coisas, em pequenas quantias, mas nunca pagava essas dividas. Em determinado dia estava esta ilustre personagem, ali para os lados da Tapada, bicicleta encostada a uma arvore, na beira da estrada, a aliviar a bexiga para uma cepa para ajudar ao bom paladar do vinho Ribatejano.
Vindo da estrada do campo, um outro ciclista, tambem de Alpiarça e, como a maioria, credor do caloteiro, aproximou-se. Sem parar a sua bicicleta, pouca era a esperança de uma resposta ao que ia perguntar, mesmo assim passou e disse:
" - Olha lá, quando é que me pagas o que me deves?
- Epa! Estás bom? - Disse o caloteiro olhando por cima do ombro
- Estava melhor se me pagasses o que me deves!"
Sem parar de mijar, agarrado ao instrumento, respondeu ao amigo:
"- Não te preocupes! Estou aqui com um negocio entre maos....Mas assim que isto endireitar o primeiro buraco a tapar é o teu!"
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