26 novembro, 2007

Amergunçar

Ora bem, como é que eu explico esta? Isto não vai ser fácil... Normalmente a palavra amergunçar (ou amargunçar) está relacionada com a cabeça.

Por exemplo, quando se jogava às escondidas, havia sempre um que ficava de cabeça amergunçada (para não ver os outros) enquanto contava até os outros se esconderem.

Outro exemplo:
- Então onde é que está o Zé?
- Epah, tá ali cheio de bruta, a vomitar, de cabeça amergunçada na sanita...











Um último exemplo:
- Eia! Nem tás bem a ver! Agarrei-a assim por trás, amerguncei-lhe a cabeça pra frente... (o resto não vale a pena ilustrar, pois acho que já deu pra perceber as aplicações da palavra amergunçar...)

Farrampil

Além das Bandarinas (ver post anterior) também temos uma casta de vinhos que não existe em mais lado nenhum: a casta Farrampil (também há quem diga Farrampilho). Avisamos desde já que qualquer semelhança com a casta Fernão Pires é pura coincidência...

Bandarina

Alpiarça é um sítio tão especial que até temos um fruto que não existe em mais lado nenhum: as bandarinas!

Só no outro dia é que me apercebi disso. Pensava ser universal, mas descobri que não. Os outros têm as mandarinas, as clementinas e outras coisas acabadas em inas. Agora Bandarinas, meus senhores, isso é "produto" exclusivo da nossa terra!

Àrrebolar

- Então o que é que é feito?
- Epah, olha, ando pah'qui àrrebolar dum lado pro outro!

Àrrebolar... Em Alpiarça raramente usamos a palavra rebolar. Juntamos-lhe um à atrás para lhe dar um je ne sais quois. Depois usamos a expressão "andar àrrebolar" quando queremos dizer que andamos de um lado pro outro sem fazer nada ou sem saber bem o que fazer.

Por exemplo, antes de me decidir a vir escrever este post andei praí 2h àrrebolar de um lado pro outro, sem saber bem o que fazer, bebendo um café aqui, dando dois dedos de conversas ali, fumando um cigarro aquolá.

Enfim... Vou-me mas é por àrrebolar mais um cadito pra ver se ganho inspiração pra escrever outro post que isto hoje não tá fácil...

08 novembro, 2007

Fatias Paridas

Chega o Natal, chegam as Fatias Paridas...

- No resto da país há uns que lhe chamam Fatias Douradas (o dourado, a lembrar o Natal, sim senhor, percebe-se a lógica);

- Outros chamam-lhe Rabanadas (esta já apela mais para práticas sodomizadoras, mas pronto, tudo bem);


- Em Alpiarça, como não podia deixar de ser, arranjámos logo um nome que faz lembrar placentas, sangue e outros líquidos viscosos. Falamos claro, das Fatias Paridas.

Mas por que raio é que alguém se foi lembrar deste nome??? Tudo bem que aqueles pedaços brancos do ovo até podem fazer lembrar algo que saiu de dentro de alguém que acabou de parir um puto, mas convenhamos... :)

07 novembro, 2007

Rescumengas / Resmuengas

Um dos nossos leitores alertou-nos para o facto de estamos a entrar no tempo das rescumengas ou, como também há quem diga, resmuengas. Não, não é a fase das broas, nem do Natal, nem do frio que até faz com que os cabelos do cú batam palmas (ora aí está outra expressão), é mesmo a fase das gripes e constipações...
Assim, quando estiverem todos entupidos e cheios de constipações, podem sempre dizer, com "sotaque" fanhoso:

- "Estou cheio de rescumengas"!

06 novembro, 2007

Alpurcata

Um dos nossos leitores enviou-nos esta expressão alpiarçolha: Alpurcatas. Antes de mais, obrigado pelo envio! Passemos ao enquadramento da questão:

Diz a avó para o neto:
"Atão filho, compraste uma alpurcatas novas!!" Ah pois é! Já alguém ouviu dizer esta célebre frase? Alguns nativos alpiarçolhos acredito que sim, os forasteiros penso que nem por isso.
Talvez conheçam pela palavra alparca, ou alparcata, agora alpurcata, penso que é mais uma das nossas fantásticas derivações linguísticas...

Para quem ainda não atingiu, alpurcatas significa o mesmo que botas, sapatos, sapatilhas, etc. , ou seja, peças de calçado como as chinelocas do nosso amigo do post anterior.