27 março, 2007

Mólhos, Párgas e Relheiros

Existem os mólhos da culinária, que não são mais do que tripas de carneiro (?) enroladas que depois se cozinham (apesar da cara de nojo que automaticamente fizeram, é muito bom).
Depois existe a expressão mólhos para designar um conjunto grande de coisas, ou quando queremos amplificar o sentido de algo. É o equivalente lisboeta para bués.
É uma expressão bastante difundida, assim como o párgas.
Alguns exemplos:
-"Estava lá um mólho de gente!";
-"bem, cheira párgas a esterco (=extrume)"! (sim, é bastante comum a nossa terra ter um leve cheiro a merda de vaca, sim).

Os mólhos surgiram originalmente para designar um conjunto de vides (para quem não sabe, as vides são o que se apara das videiras - que, por sua vez é a árvore que dá as uvas-, que depois é normalmente utilizado para acender fogueiras).

Quanto ao párgas, nunca ouvi a origem da palavra, mas lanço o desafio a quem souber de onde vem. Havia um amigo meu de Leiria que, como não percebia bem a expressão, dizia párkas... (oh meu cão malinoso , isso é coisa de vestir pá!)

E agora, como piéce de resistence, o relheiros, expressão bem mais underground, que significa ainda mais do que mólhos e párgas. É tipo o buéreré alfacinha!

Ora, matematicamente falando, sendo 1 mólho = 1 conjunto de vides, 1 relheiro é... = 1 conjunto de mólhos!!! Brutalidade linguística!!! :D

Agora pergunto eu, será correcto, para definir relheiro, dizer uma parga de mólhos??? Deixo a pergunta no ar...

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